Em outubro de 2018 consolidei a decisão que havia tomado tempos atrás, me aposentei como docente do instituto de matemática da USP. Nos primeiros anos, minha rotina estará pouco afetada, uma vez que devo cumprir certos compromissos acadêmicos que, de certa forma, são intransferíveis. Mas há mais tempo livre e um dos pontos que me preocupa é como preenchê-los com atividades laborais que não arruínem muito mais nossa reputação na sociedade.
A atividade artística seria um retorno às minhas pretensões juvenis. E, de fato, a que sobrou diante de outras aspirações esquecidas, mas que requeriam a força da juventude para ser retomadas.
Não acho que o meu talento esteja além de uma certa mediocridade ingênua, mas decidi que numa parte do tempo farei aquarelas. A suavidade e transparência das aquarelas sempre me fascinaram, então lá vou eu.
Mas isto não deve ser tudo. Nem tenho certeza se será o mais importante. Talvez não. Tenho que achar outras desculpas para estar aqui…